Cada voz é única e, com ela, conquistamos sonhos, expressamos pensamentos e emoções, rimos, compartilhamos. Consolamos e, ao mesmo tempo, somos consolados. Ajudamos, mas também somos consolados. É com a voz, seja em que linguagem for, que afinal vivemos em sociedade, assim como transformamos nossa realidade. Encontrar a própria voz significa, principalmente, autoconhecimento.
Quer exemplos?
Uma garota de 17 anos deixava de ir à aula toda sexta-feira para segurar um cartaz em frente ao parlamento sueco e protestar pelo clima.
Quando ela iria imaginar que o resultado do seu gesto pudesse levá-la à capa da maior revista do mundo, como personalidade do ano, ou a discursar para líderes das maiores nações do planeta?
Um grupo resolveu abrir um perfil em uma rede social e montar um site, para guardar e homenagear a história das pessoas que foram levadas pelo novo coronavírus.
Eles não imaginaram o quão grande se tornaria esse espaço, como o maior memorial virtual criado durante esses tempos difíceis.
Profissionais criativos se uniram para gravar podcasts e, através deles, ajudar pequenos empreendedores a passar por suas crises.
Certamente eles ficaram muito felizes por conseguirem fazer um negócio sobreviver e se reinventar.
Greta Thumberg, Inumeráveis e AtoCast. São só três exemplos de como a mudança vem através das pequenas iniciativas e do alcance da voz.
Neste momento, você pode estar se sentindo reprimido ou mesmo pensando que os casos acima são exceções – afinal, essas vozes seriam especiais e por isso são ouvidas. E se dissermos que a sua também?
Os verdadeiros heróis já estão por aí, trabalhando nas pontas dos pés, sem fazer barulho, mas mudando devagarinho as coisas de lugar. Esse alguém pode perfeitamente ser você.
Sua voz pode ajudar a resolver problemas. Mas você só vai descobrir de um jeito: mostrando-a.
A voz é aquele lago em que emoções, medos e sonhos se refletem. Ela diz tanto que ultrapassa, em muitos casos, as indicações ou a semântica das palavras.
A voz reflete pistas da sua personalidade. Existem vozes alegres, que são agradáveis de ouvir. Outras são inseguras e instáveis. Há vozes confiantes, que se impõem pelo tom e pela forma de articulação.
A voz tem poder, pode nos encantar e assustar, pode fazer com que nos apaixonemos e até mesmo nos incomodar. Raramente ficamos indiferentes ao ouvir alguém falar.
Sua voz também é o espelho das suas emoções. Nela, seus medos vacilam. Nela, o volume da felicidade aumenta repentinamente. Ela também pode ser abrandada pelo efeito daquela tristeza que diminui tudo, até a própria voz.
Aprenda a usar a sua voz
Saber se comunicar não significa apenas saber transmitir uma mensagem. Se o olhar é o espelho da alma, a voz não fica muito atrás; na verdade, é o canal onde se evidencia o bom tratamento e também o correto manejo emocional.
Você não precisa ter uma “voz de rádio” para causar uma boa impressão e causar impacto em alguém. Na verdade, o mais importante é construir a confiança.
Trabalhos de pesquisa, como os realizados pelo Dr. Phil McAleer, professor de psicologia da Universidade de Glasgow (Escócia), apontam algo relevante: levamos apenas 390 milissegundos para formar uma ideia sobre a personalidade de alguém.
A voz é um dos nossos baluartes mais poderosos e, se pudermos demonstrar confiança, teremos tudo.
Você já parou para observar os diálogos que estabelece com você mesmo?
Na rotina diária, muitas vezes é difícil parar para prestar atenção em nós mesmos. Equalizar as tantas vozes que dialogam internamente conosco, mais ainda. Nesse turbilhão, como encontrar nossa própria voz?
Quantas vozes nos falam e nos apontam a direção que consideram correta? Enquanto não tivermos nossa voz, continuaremos a depender das vozes externas.
Temos o poder de decisão e de abaixar o volume daquilo nos é dito.
Assim, fazemos o que nos torna leais a nós mesmos, aos nossos valores e princípios.
Desejamos que você se inspire a dar vazão a sua própria voz e, assim, revelar quem sempre esteve aí.
Escutando a sua própria voz
Se você quiser descobrir qual é sua voz, você terá que passar através da multidão de ruídos.
Basta olhar para dentro: de quem é essa voz? Às vezes é do seu pai, às vezes é da sua mãe, do seu avô, do seu professor; e essas vozes são todas diferentes.
“Apenas uma coisa você não será capaz de encontrar facilmente – sua própria voz. Ela tem sido sempre reprimida. Foi dito a você para escutar os outros. Nunca lhe foi dito para escutar seu próprio coração.”
Osho
Vamos lá?
Que tal começar o dia com uma meditação especial?
Coloque uma música que te transporte para dentro e coloque-a para repetir.
Osho, em seu livro From Ignorance to Innocence, sugere alguns passos para começar.
Primeiro Passo: Quem está falando, por favor?
O que quer que você esteja fazendo, pensando, decidindo, pergunte a si mesmo: isso está vindo de mim ou é outra pessoa falando?
Não há nenhuma necessidade de lutar. Basta saber que essa não é sua voz, mas a de outra pessoa.
Segundo Passo: Obrigado… e adeus!
Uma vez que você identifica de quem é essa voz, agradeça a pessoa, peça para ser deixado só e diga adeus a ela.
A pessoa que lhe deu a voz não era seu inimigo. A intenção dela não era ruim, mas isso não é uma questão de intenção. A questão é que ela impôs algo sobre você que não está vindo de sua fonte interior.
Reconhecer isso é suficiente. Livre-se das vozes que estão dentro de você e logo você ficará surpreso de ouvir uma pequena voz suave, a qual você nunca tinha ouvido antes. Essa é sua voz.
E ela sempre esteve aí.
Yoga e a busca pela própria voz
O Yoga é, fundamentalmente, uma ferramenta de autoconhecimento. Por meio da prática, permite mergulhar em si mesmo.
Isto resulta em mais energia, disposição e clareza de pensamentos, sendo uma faísca para grandes transformações internas e externas.
Você passa a se ouvir mais, a se observar mais, a perceber com mais nitidez o que te faz bem e o que já não serve mais. Esses novos hábitos mexem com nosso corpo físico, bioquímico, emocional, vibracional, espiritual.
E, é claro, tudo isso são passos em direção ao seu propósito de vida. Funciona como uma faxina geral, que vai colocando as coisas no lugar, separando o que não tem mais uso, limpando, acalmando.
E aí? Pronto para começar ou fortalecer sua prática?
Confira as modalidades e compartilhe nosso Estúdio. Basta clicar! Lá você também encontra exercícios de meditação e respiração, pois o resultado é a soma de todas estas práticas.
Aulas presenciais em Niterói (RJ)
Ouvi minha voz. Mas como mudo minha realidade?
Toda vez que ouvimos alguém falar coisas como “está tudo errado, o mundo não tem mais jeito, ninguém faz nada”, tentamos imaginar quem seria esse “ninguém”, essa figura tão poderosa que deveria estar melhorando o mundo todo e escolhe não fazer.
O mundo é vasto e é composto de diversos governos, crenças e culturas. E em nenhum canto dele ouvimos falar de uma sociedade perfeita (se souberem, por favor, nos contem!).
Então se não nós, que estamos vivendo aqui e agora, quem mais pode promover a mudança que impactará em nossas vidas?
Em 2014, o Almirante William McRaven, da Marinha dos Estados Unidos, fez um discurso para os formandos da Universidade do Texas.
Dentre as preciosas lições que ele menciona, a primeira é: “Se você quer mudar o mundo, comece arrumando a sua cama”. Essa lição fez tanto sucesso que até virou título do best seller “Arrume a sua cama”, que ele escreveu depois da surpresa que teve ao ver seu vídeo viralizar.
E o recado é esse: se quer mudar o mundo, comece pela sua casa, pelas pessoas próximas, por você! Use sua voz, movimente-se.
Atitudes individuais podem mudar o mundo. Duvida?
Logo de início, o Almirante William H. McRaven afirma que, de acordo com uma pesquisa, cada cidadão americano conhece em média 10 mil pessoas durante a sua vida.
Se cada um daqueles 8 alunos ajudar a transformar a vida de 10 pessoas, e estas ajudarem outras 10 pessoas e assim por 5 gerações (125 anos), aquela turma teria contribuído para que 800 milhões de pessoas tenham transformado suas vidas. Impressionante, não é mesmo?
E para quem acha que é muito difícil transformar a vida de 10 pessoas ao longo da vida, pense bem. Pequenas ações de bondade e de generosidade podem ter um alcance maior do que você pode ter notado a princípio.
A família também vai nessa conta, viu? Ficou mais fácil?
Pequenas tarefas podem se tornar ações extraordinárias
Agora preste atenção a estes 3 itens que, com toda a certeza, ajudarão você não apenas a agir, de tal forma a prestar atenção às suas atitudes.
1. Se você quiser mudar o mundo, comece arrumando a sua cama.
Com uma simples ação, você terá realizado a primeira tarefa do dia e você sentirá um pequeno sentimento de orgulho – seu cérebro está programado para isso! E cumprindo essa pequena tarefa, vem a disposição para realizar mais tarefas.
Ao final do dia, aquela pequena tarefa cumprida terá se tornado muitas outras tarefas. No pior dos casos, se você tiver um dia péssimo, vai chegar em casa e encontrar uma cama arrumada.
Uma cama arrumada por você, e isso lhe dará esperança que o dia seguinte pode ser melhor.
2. Se você quer mudar o mundo, meça as pessoas pelo tamanho de seu coração.
3. Se você quer mudar o mundo, seja a voz da esperança ao seu redor.
Resumindo, comece cada dia com uma tarefa finalizada. Tenha coragem. Encontre alguém para ajudar você e, principalmente, respeite a todos.
Faça o bem, o resto vem.
Faça algo bom todos os dias
Uma atividade simples é ter um “diário de boas notícias”, onde você pode anotar diariamente algumas ações, e dentre elas, se ajudou alguém.
Você certamente se surpreenderá ao perceber quantas coisas boas faz todos os dias, sem nem notar. Uma conversa, uma ligação, dar preferência no elevador… Coisas pequenas, que colocam um sorriso no rosto das pessoas. E isso é muito satisfatório. Isso é usar sua voz. É enxergando o outro que somos enxergados e ouvidos. Aliás, é ouvindo que enxergamos também.
Ao final de cada dia, pense em algo de bom que fez a outra pessoa. Você vai sentir aquela sensação de leveza e gratidão que vai fazer sua noite de sono muito melhor.
Ainda assim, você pode pensar que não é suficiente. Com certeza não é. Contudo, evite se pressionar, faça o fizer, o importante é que seja autêntico, no seu tempo, dentro das suas possibilidades.
Exercite o uso da sua voz para compreender seus valores e seu raciocínio, desta forma conseguirá mais facilmente saber onde quer chegar.
Agora diga: você arrumou sua cama hoje?